Rua das Azaleas, 57 Jd. Motorama
São José dos Campos / SP
Tel. (12) 3929-7188

Publicações

Consciência Negra para organizar a luta contra os retrocessos

- 866 visualizações

Por: Paula Nunes (IBEPS)

Consciência Negra para organizar a luta contra os retrocessos

O dia 20 de novembro é oficialmente o dia do assassinato de Zumbi, um dos líderes do Quilombo do Palmares e símbolo da resistência negra durante o período da escravidão. Esse foi também o dia eleito pelo movimento negro para resgatar a memória da luta negra no Brasil, em oposição ao dia 13 de maio, o dia da abolição.

Essa contraposição existe justamente para se questionar a ideia de que a abolição da escravidão libertou completamente o povo negro brasileiro e demonstrar que, infelizmente, pouco mudou na história da vida dessa grande parte da população nesses 129 anos pós-abolição.

O último CENSO do IBGE demonstrou que os negros (pretos e pardos) são 53,6 % da população brasileira e mais de 30 % da população paulista. No entanto, esse setor é 70% dos 10% mais pobres do país e apenas 17% dos 10% mais ricos, além de ocupar os piores postos em todos os índices socioeconômicos analisáveis.

São diversos os dados que nos permitem constatar o modo como o racismo impacta concretamente a vida dos negros: enquanto o salário médio dos brancos é R$ 1.097,00, dos negros é R$ 508,90; a taxa de escolarização na população adulta branca é de R$ 62% com ensino fundamental completo, enquanto ados negros é 47 %; mais de 60 % das pessoas presas são negras; e o que mais choca: um negro tem 2,6 mais chances de ser assassinado do que um branco.

Entre as mulheres negras, os dados são ainda mais alarmantes. Enquanto o número de assassinatos de mulheres brancas diminuiu 9,3% na última década, entre as mulheres negas o número aumentou 54%; nas regiões metropolitanas do país, as mulheres negras são 46,7% dos postos de trabalho informal, diante da crise econômica.

Muitas pessoas pensam que desde a abolição da escravidão não existe racismo no Brasil e que vivemos em uma “democracia racial”. Essa falsa ideia leva ao pensamento de que os baixos postos que os negros ocupam nos índices socioeconômicos são explicados, tão somente, pela desigualdade social.

Essa falsa ideia não explica, no entanto, os constantes casos de jogadores de futebol negros que sofrem racismo dentro e fora de campo, de atrizes negras sofrerem racismo na internet por adotarem o uso de seus cabelos na forma natural, ou o fato de ter sido divulgado um vídeo de Willian Waack, famoso jornalista da Rede Globo, com conteúdo racista.

Somado ao racismo, que historicamente impacta a vida do povo negro, atualmente estão sendo implementadas em nosso país reformas que pretendem piorar ainda mais a vida da classe trabalhadora: Lei Geral das Terceirizações, Reforma Trabalhista e Lei Geral das Terceirizações.

Outros ataques, mais específicos, atingem diretamente a população negra, como a tentativa de flexibilização do conceito de trabalho escravo, a previsão de julgamento dos membros das Forças Armadas que praticarem homicídios pela Justiça Militar - e não pela Justiça Comum - e a tentativa de aprovação da PEC que pretende criminalizar o aborto inclusive nos casos de estupro ou risco à vida da mulher.

Como se tudo isso não bastasse, acompanhamos o avanço de ideias conservadoras, expressas inclusive na pré-candidatura de Bolsonaro à presidência, que carregam consigo o ódio às mulheres, aos negros e negras e aos LGBTs.

Combater os ataques e o avanço das ideias conservadoras é, para os setores oprimidos, questão de sobrevivência e justamente por isso o Dia da Consciência Negra deve ser considerado um momento de organização em unidade da luta e resistência da classe trabalhadora negra contra os retrocessos.

Decisão judicial

Avisos

Podcast Sindipetro

Novidades em seu telefone

Cadastre seu whatsapp para receber as notícias do Sindicato.

Algo deu errado, por favor preencha novamente os campos!

Cadastro efetuado com sucesso!

Facebook

Sindipetro - Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Destilação e Refino de Petróleo de São José dos Campos e Região
Rua das Azaleas, 57 Jd. Motorama - São José dos Campos/ SP
+55 (12) 3929-7188